Desde o início da guerra neste país, nenhum especialista em paleontologia tinha feito trabalho de campo em busca de vertebrados fóseis. Os trabalhos mais importantes foram conduzidos na década de sessenta por Miguel Telles Antunes, investigador da Universidade Nova de Lisboa e colaborador do Museu da Lourinhã.
Octávio Mateus partiu para o terreno para um trabalho de reconhecimento, acompanhado pelo norte-americano Louis Jacobs da Universidade Metodista do Sul, do Texas. “Íamos fazer uma expedição de reconhecimento para ver o que era possível encontrar e acabei por encontrar vários fósseis”, adiantou Octávio Mateus, que também encontrou vestígios de répteis marinhos, nomeadamente mosassauros e pleisiossauros, tartarugas e peixes fósseis, que viveram no tempo dos últimos dinossauros no mundo.
Para o paleontólogo lourinhanense, na África e sobretudo na Angola, “as jazidas são extremamente ricas e estão completamente por explorar”, o que constitui para os especialistas fortes probabilidades de encontrar vestígios.
Alguns dos ossos descobertos ficaram no museu de Luanda, mas a maioria do esqueleto está ainda no terreno à espera de uma escavação a ser conduzida pelo Museu da Lourinhã, no próximo ano, devindo participar uma equipa de trabalho mais alargada.
Com esta viagem, o Museu da Lourinhã estreitaram a cooperação científica com as instituições angolanas, mais concretamente a Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto, o Museu de História Natural de Angola, o Instituto Superior Provado de Angola e o Instituto Geológico de Angola.
Todo o espólio foi entregue ao Museu de Geologia da Universidade Agostinho Neto, em Luanda, embora alguns fósseis tenham sido trazidos para a Lourinhã, onde vão ser preparados e estudados, para regressarem a Angola em 2006, após o estudo e uma exposição temporária.
As descobertas foram feitas no deserto da província do Namibe, a sul de Angola, e nas arribas costeiras da província de Bengo.
Fonte: Jornal Oeste Online.pt